Resumo
- O WeTransfer atualizou seus termos de serviço e foi criticado por indicar que os dados seriam usados para treinar IA.
- Após reação de cineastas, jornalistas e dubladores, a empresa removeu as referências e afirmou que os dados visam apenas melhorar os serviços.
- A Writers Guild of Great Britain elogiou a mudança e reforçou que obras não devem ser usadas em IA sem consentimento.
O WeTransfer, popular serviço de compartilhamento de arquivos, teve que se explicar após atualizar seus termos de serviço. O novo texto indicava a possibilidade de utilizar conteúdos enviados pelos usuários para “melhorar modelos de aprendizado de máquina”, o que gerou uma forte reação da comunidade criativa.
A repercussão negativa levou a empresa a remover qualquer referência à inteligência artificial dos termos. Cineastas, jornalistas e dubladores criticaram a mudança nas redes sociais e ameaçaram cancelar assinaturas. Em resposta, o WeTransfer afirmou que os arquivos dos usuários nunca foram usados para treinar IA e garantiu que não há planos para isso.
O que aconteceu?
A mudança polêmica ocorreu em uma cláusula dos termos de serviço, que afirmava que a plataforma poderia “reproduzir, modificar, distribuir e exibir publicamente” os conteúdos enviados. Na versão mais recente, o texto incluía ainda a possibilidade de usar esse conteúdo para “melhorar modelos de aprendizado de máquina”, o que foi interpretado como abertura para treinar sistemas de IA com materiais dos usuários.
Após a reação negativa, a empresa revisou os termos de serviço e adotou uma linguagem mais clara. Agora, o texto informa apenas que os dados podem ser usados para “operar, desenvolver e melhorar o serviço”, conforme a política de privacidade da plataforma.
Segundo um porta-voz do WeTransfer, a atualização teve como objetivo reforçar a transparência, sem alterar a forma como os dados são tratados. Diferente do Google Drive e Dropbox, pensados para o armazenamento contínuo de dados, o WeTransfer é uma opção para o envio rápido de arquivos grandes, muito usado por profissionais criativos.

Como isso afeta a comunidade criativa?
O uso de conteúdos protegidos por direitos autorais para treinar modelos de IA tem sido motivo de preocupação entre profissionais da indústria criativa. Artistas, escritores e outros produtores de conteúdo temem que seus trabalhos sejam utilizados sem consentimento, o que pode afetar sua renda e contribuir para o desenvolvimento de ferramentas que competem diretamente com sua produção.
A Writers Guild of Great Britain, sindicato britânico de roteiristas, elogiou a decisão do WeTransfer de remover a menção à IA dos termos. “As obras dos nossos membros não devem ser utilizadas para treinar sistemas de inteligência artificial sem autorização”, destacou a entidade em comunicado.
O WeTransfer, por sua vez, reforçou seu compromisso com a comunidade criativa e afirmou que continuará investindo na transparência de suas práticas.
Com informações do The Guardian
WeTransfer promete que dados pessoais não serão usados para treinar IA