Streaming cresce e TV por assinatura cai no Brasil

Resumo
  • Serviços de streaming estão presentes em 43,4% dos lares com TV no Brasil, enquanto a TV por assinatura caiu para 24,3%, segundo o IBGE.
  • O número de domicílios com streaming chegou a 32,7 milhões, com maior presença no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
  • Parte do consumo de TV por assinatura ocorre fora do mercado formal, por meio de TV boxes ilegais e contas compartilhadas.

Mais brasileiros estão assinando serviços de streaming e cada vez menos a TV por assinatura. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nessa quinta-feira (24/07) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua de 2024.

A televisão permanece um aparelho central nos lares brasileiros, com 93,9% dos 80,1 milhões de domicílios particulares possuindo pelo menos um aparelho em 2024. No entanto, a forma de acesso ao conteúdo está em mudando.

O resultado evidencia o crescimento das plataformas de streaming e a queda persistente da preferência pela televisão paga no país.

Qual o alcance do streaming no Brasil?

Em 2024, o acesso a serviços pagos de streaming de vídeo atingiu 32,7 milhões de domicílios brasileiros com televisão, um aumento de 1,5 milhão de lares em comparação com o ano anterior, segundo o IBGE.

Esse número corresponde a 43,4% dos domicílios com televisão, um crescimento de 1,3% em relação aos 42,1% registrados em 2023. Essa expansão contínua aponta que o mercado de streaming continua atraindo novos usuários no Brasil.

A penetração do serviço é mais acentuada nas regiões Sul (50,3%), Centro-Oeste (49,2%) e Sudeste (48,6%). Embora as regiões Norte (38,8%) e Nordeste (30,1%) apresentem percentuais menores, o Nordeste registrou o maior crescimento proporcional no período, com acréscimo de 1,9%, totalizando 490 mil novos domicílios com acesso.

Outro dado relevante da pesquisa é: 8,2% dos domicílios com acesso a streaming pago de vídeo em 2024 não possuíam acesso à TV aberta tradicional ou a serviços de TV por assinatura. Esse percentual tem crescido consistentemente, saindo de 4,7% em 2022 e 6,1% em 2023. Essa tendência aponta para um novo segmento de consumidores: aqueles que optam por consumir conteúdo exclusivamente via internet.

Queda nas TVs por assinatura

Já o serviço de TV por assinatura estava presente em 18,3 milhões de domicílios em 2024, ou 24,3% daqueles com televisão. Uma redução de 0,9% em relação a 2023 e uma queda ainda mais acentuada quando comparada a 2016, quando a média brasileira era de 33,9%.

Entre os domicílios sem TV por assinatura, as principais razões citadas foram o custo elevado (31%) e a falta de interesse (58,4%). Além disso, 9,1% dos entrevistados afirmaram que os vídeos acessados pela internet substituíam o serviço.

Os dados do IBGE divergem dos da Anatel. Enquanto o IBGE aponta que 24,3% dos domicílios com televisão tinham acesso ao serviço em 2024 (ou 18,3 milhões de lares), a Anatel registrou uma penetração de apenas 10,5%, correspondendo a 7,9 milhões de assinantes em dezembro de 2024.

A principal razão para essa discrepância é a metodologia da pesquisa do IBGE, que permite aos entrevistados incluir também serviços piratas de TV ou prestados via streaming, que não são regulados ou contabilizados pela Anatel.

Essa diferença, no entanto, permite enxergar que uma grande parcela do consumo de “TV por assinatura” no Brasil ocorre fora do mercado formal (seja com boxes ilegais de IPTV, contas compartilhadas ou pacotes legítimos de streaming).

TV lidera acesso à internet

A PNAD 2024 também revelou que, pela primeira vez, mais da metade da população acessa a internet pela televisão: 53,5% dos usuários usam o aparelho para esse fim. O índice era de 11,3% em 2016, subiu para 32,2% em 2019 e ultrapassou os 50% em 2024.

Enquanto isso, o uso do computador para acessar a internet caiu de 63,2% em 2016 para 33,4% em 2024 — sinal de que a TV está se consolidando como hub de conteúdo digital. A tendência é impulsionada pela ampla presença de TVs de tela fina (93,4% dos domicílios), geralmente smart ou compatíveis com dispositivos de streaming.

Com informações do IBGE

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