Resumo
- A Apptopia, especializada em análise de apps, registrou queda de 8,1% nos downloads do ChatGPT em outubro.
- Desde julho, o tempo médio de uso caiu 22,5%, e a frequência diária nos EUA também recuou para 20,7%.
- Segundo a empresa de análises, a desaceleração pode indicar o fim do “efeito novidade” e a concorrência mais acirrada de serviços rivais.
O crescimento do aplicativo móvel do ChatGPT pode ter atingido seu pico. Uma nova análise de dados indica que a chegada de novos usuários está em desaceleração desde abril, e o número de usuários ativos diários se estabilizou nos últimos meses.
De acordo com a empresa de inteligência de aplicativos Apptopia, a projeção indica uma queda de 8,1% nos novos downloads globais em outubro em relação a setembro. Naquele mês, aliás, a queda já havia sido de 17,05% em comparação com agosto. Agora, a OpenAI enfrenta o desafio de reter e engajar sua base de usuários.

É importante notar que isso se refere à taxa de crescimento de downloads, e não ao número absoluto. O aplicativo ainda registra milhões de novas instalações, mas o ritmo diminuiu. O grande pico de crescimento ocorreu em abril deste ano, com um aumento de 65,39% nos downloads.
Na época de maior crescimento, a OpenAI lançou os modelos o3 e o4-Mini e aumentava o uso da ferramenta em trends nas redes sociais após atualização no modelo de geração de imagens que ocorreu no fim de março.
Queda no tempo de uso
Segundo a análise, também houve uma queda no engajamento, especialmente nos Estados Unidos, principal mercado do aplicativo. Desde julho, o tempo médio gasto por usuário ativo caiu 22,5%. No mesmo período, a média de vezes que cada usuário abre o aplicativo por dia também recuou 20,7%.
A queda conjunta dos dois indicadores sugere que não se trata de um aumento na eficiência — os usuários não estão apenas recebendo respostas mais rápidas, mas realmente usando menos o aplicativo.

Por que isso está acontecendo?
A Apptopia aponta uma combinação de fatores para a desaceleração. Um deles é o aumento da concorrência, especialmente com o crescimento do Gemini, do Google, que ganhou tração em setembro com o lançamento de novos recursos de imagem, como o modelo Nano Banana.
No entanto, a empresa de análise ressalta que a tendência de queda no engajamento começou antes da ascensão do Gemini, sugerindo que a principal causa pode ser o fim do “efeito novidade”. Agora, o app estaria consolidado e não seria mais uma novidade para ser explorada constantemente.
Outro ponto levantado são as mudanças no próprio modelo de IA do ChatGPT. As atualizações que buscaram tornar o chatbot “menos bajulador” e mais direto, como a que chegou com o GPT-5 em agosto, podem ter alterado a forma como os usuários interagem com a ferramenta.

As reclamações sobre a nova personalidade oficializada com o GPT-5 são frequentes. Para muitos usuários, o ChatGPT se tornou uma ferramenta rasa e deixou de se comportar como uma pessoa real — ponto em que o próprio CEO, Sam Altman, aparenta concordar.
Seguindo as críticas, Altman anunciou nesta semana que reformulará o estilo de comunicação do chatbot novamente, permitindo até conteúdo adulto. É possível que a queda no interesse e a estagnação no uso do app tenham impactado a revisão da rota tomada pela companhia.
Com informações do TechCrunch
ChatGPT perde fôlego no app e crescimento de usuários desacelera
