Resumo
- Companhia aérea americana Delta planeja usar IA para definir preços de passagens de forma individualizada.
- A empresa quer aplicar a tecnologia em 20% das vendas até o fim de 2025.
- A novidade gerou críticas de políticos e ativistas, que consideram a prática predatória.
A companhia aérea americana Delta revelou planos para definir individualmente os preços de passagens de avião, com auxílio de inteligência artificial. Em reunião com investidores, a empresa afirmou que pretende usar a tecnologia em 20% dos tíquetes vendidos até o fim de 2025.
Os preços de passagens aéreas para uma mesma rota podem variar muito, dependendo da época do ano, horário, demanda, promoções, overbooking, custos com combustível e muitos outros fatores. Obviamente, as empresas já empregam algoritmos e aprendizagem de máquina no processo de calcular o valor cobrado. A novidade é que a Delta quer fazer isso de forma individualizada, em tempo real.

Como a Delta vai usar IA nos preços das passagens?
O uso de IA foi anunciado inicialmente em novembro de 2024, durante uma conferência com investidores. Na ocasião, Glen Hauenstein, presidente da companhia, explicou que a tecnologia faz o papel de um “super-analista” que “trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana, e tenta simular, em tempo real, quais deveriam ser as opções de preço”.
Com isso, a Delta afirma estar fazendo uma reengenharia completa de seus preços. “Nós teremos um preço que está disponível naquele voo, naquela hora, para você, individualmente. Não é uma máquina que aceita ou rejeita preços com base em uma tabela fixa”, declarou o executivo.
Bom para a empresa, ruim para os consumidores
Hauenstein disse a investidores que a IA já define os preços de 3% das passagens. Há nove meses, essa fatia era de apenas 1%.
O executivo afirmou que os dados iniciais mostraram resultados favoráveis em receita gerada a cada passagem vendida. A Fetcherr, empresa que desenvolve o sistema de precificação, disse em 2022 que seu produto é capaz de aumentar em 9% a receita de uma empresa.
A Delta superou as expectativas dos analistas do mercado financeiro em seu mais recente balanço.
Por outro lado, quem deve sair perdendo são os passageiros. Ativistas e políticos americanos consideram que a nova política é “predatória” e “tenta olhar dentro da cabeça dos consumidores para saber quanto estão dispostos a pagar”.
Com informações da Fortune, da Investopedia e do The Points Guy