Intel não vai mais assinar “cheques em branco” para investimentos, diz CEO

A Intel vai diminuir o volume de investimentos e se concentrar no que faz sentido do ponto de vista econômico. Quem diz isso é Lin-Bu Tan, CEO da empresa, em um memorando enviado a funcionários. A companhia também pode abandonar o setor de fundição, caso não consiga garantir um grande cliente interessado em contratá-la para fabricar chips.

No documento, o executivo também promete dar um fim aos projetos sem previsão de retorno, chamados por ele de “cheques em branco”. “Nos últimos anos, a empresa investiu muito dinheiro e com muita antecedência, sem haver a demanda adequada”, escreveu Tan. “Nesse processo, nossas fábricas ficaram desnecessariamente fragmentadas e subutilizadas.”

Entre os cortes, estão o cancelamento de uma fábrica na Alemanha e outra na Polônia, além da redução no ritmo de construção de novas instalações nos Estados Unidos. Com isso, a Intel vai concentrar suas operações de teste e montagem no Vietnã e na Malásia.

Tecnologia 14A pode ser abandonada

As limitações também vão afetar o desenvolvimento de tecnologias da Intel. Segundo o memorando, o processo de litografia 14A, de 1,4 nm, depende de contratos com clientes externos — isto é, empresas que queiram projetar chips e terceirizar a fabricação para a Intel.

A investidores, Tan afirmou que, caso isso não ocorra, o 14A poderá ser cancelado, e a empresa pode reservar o processo 18A (de 1,8 nm) para seus próprios produtos.

Crise da Intel continua

As ações da Intel estavam em queda de 8% na manhã desta sexta-feira (25/07), após as notícias sobre uma possível saída do setor de manufatura de chips. Além disso, a empresa prevê, para o terceiro trimestre de 2025, um prejuízo maior que o esperado por Wall Street.

A companhia vive problemas por ter investido alto em novas fábricas de chips voltadas à fabricação para outras companhias, mas os clientes esperados nunca chegaram. O resultado dessa combinação foi um prejuízo bilionário em 2024, que chegou a US$ 16,6 bilhões no terceiro trimestre.

Para corrigir a situação, Tan foi contratado para o cargo de CEO e prometeu uma Intel “raiz”, focada em desenvolvimento e engenharia, apesar de admitir que é tarde demais para alcançar a concorrência no setor de IA.

Além disso, a empresa vai cortar cerca de um quinto de sua força de trabalho e tem vendido subsidiárias para enxugar gastos.

Com informações da Reuters e da CNBC

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