Exploit consiste em softwares, códigos ou técnicas para explorar vulnerabilidades de um sistema, como sistemas operacionais (SOs), redes ou dispositivos.
Uma vez que a falha é identificada, atacantes obtêm programas e códigos para tirar proveito da brecha de segurança do alvo. Feito isso, eles podem roubar dados, conseguir acessos não autorizados ou modificar funcionalidades.
Os exploits podem ser do tipo conhecido ou desconhecido (zero-day exploits). Contudo, a ameaça também pode ser classificada de acordo com o alvo (a exemplo do exploit de rede) ou com base nas técnicas utilizadas (como SQL injection).
A seguir, entenda o que é exploit, veja como ele funciona, e saiba o que fazer para evitar essas ameaças.
Índice
O que é exploit?
Exploit consiste em um programa, código ou técnica que se aproveita de falhas e vulnerabilidades de um sistema para executar comandos não autorizados. Geralmente, exploits têm como alvo softwares, hardwares, redes ou servidores.
O que significa exploit?
O termo “exploit” pode ser traduzido como “exploração para tirar proveito de algo”. No contexto de cibersegurança, a expressão explica e reforça o objetivo da ameaça de explorar os pontos fracos de um sistema para que o autor do exploit consiga atingir o seu propósito.
Qual é a função do exploit?
A função primária de um exploit é a de aproveitar-se de pontos fracos de um sistema. Mas o objetivo final por trás desse processo é influenciado por dois fatores: natureza da vulnerabilidade e intenção do invasor.
De modo geral, o exploit pode servir como um caminho para obtenção de acesso não autorizado, execução de comandos, exploração de outras vulnerabilidades, desativação de funcionalidades, coleta ou roubo de dados, entre outros propósitos.

Contudo, é a natureza da vulnerabilidade que determina o que é possível fazer diante do exploit. Por exemplo: se há um exploit que permita apenas a leitura de um banco de dados, o invasor não vai necessariamente conseguir executar códigos remotamente naquele sistema (que seria a intenção inicial).
Isso significa que a capacidade e função do exploit são variáveis e limitadas ao tipo de brecha ou falha explorada.
Todos os exploits são maliciosos?
Não necessariamente. Na maioria dos casos, exploits são ligados a ações maliciosas devido aos riscos de segurança envolvendo sistemas, e por ser uma técnica comum usada por cibercriminosos.
Mas é importante destacar que testes de segurança também podem utilizar exploits para identificação de vulnerabilidades e melhorias do sistema, de modo a evitar que alguém explore as falhas maliciosamente antes das correções.
Quais são os principais tipos de exploit?
Há diversos tipos de classificação de exploits, com base em aspectos como exposição pública, alvo, e técnicas de exploração de brechas.
A categorização mais comum de exploits envolve a exposição pública das vulnerabilidades, ou seja, se já foram ou não descobertas. Essa divisão inclui:
- N-day exploits: explorações de vulnerabilidades conhecidas que já foram identificadas publicamente na lista de Vulnerabilidades e Exposições Comuns (CVE), e que na maioria das vezes foram corrigidas em patches de atualização;
- Zero-day exploits: ameaças consideradas extremamente perigosas por não serem conhecidas pelos desenvolvedores, e porque só são descobertas quando já estão sendo usadas por atacantes.
Também é possível classificar exploits com base nos alvos dos atacantes, a exemplo de:
- Exploit de hardware: exploração de bugs ou falhas de construção de equipamentos ou de componentes eletrônicos;
- Exploit de software: ameaça que explora as vulnerabilidades de programas, sistemas operacionais, navegadores, entre outros softwares;
- Exploit de rede: ataque focado na exploração de falhas em protocolos e serviços de rede e servidores;
- Exploit humano: exploração de pessoas por meio de táticas de engenharia social para obter credenciais ou acessos.
Outra forma de classificar exploits é com base nas técnicas ou propósitos usados no ataque. Nesse tipo de classificação, os principais tipos de exploit contemplam:
- SQL Injection: ataque baseado em comandos SQL para acesso, manipulação ou exclusão de dados;
- Buffer Overflow: exploit que sobrecarrega buffers de memória para sobrescrever dados ou executar códigos maliciosos;
- Ataques DoS/DDoS: exploração que provoca a sobrecarga de sistemas, redes ou servidores, tornando-os indisponíveis;
- Elevação de Privilégio (EOP): tipo de exploração que se aproveita de falhas para aumentar o nível de acesso do atacante;
- Cross-Site Scripting (XSS): ameaça que permite a injeção de scripts maliciosos para roubo de dados ou controle de sessões alheias.
Como funcionam os exploits
Os exploits dependem de vulnerabilidades para exploração do sistema. Logo, a primeira etapa do processo se baseia em mapear possíveis brechas e falhas do alvo.
Esse mapeamento geralmente ocorre a partir de engenharia reversa do código-fonte, ataques para sobrecarga do sistema, uso de softwares que fazem varreduras de vulnerabilidades, análises de comportamentos em diferentes situações, bem como estudo de patches de correção.
Uma vez que as falhas são identificadas, ocorre o desenvolvimento de software ou código para a exploração dos bugs. Por conta da complexidade desta etapa, atacantes podem optar por comprar kits de exploit prontos para uso em mercados alternativos (como deep web), ao invés de desenvolverem algo do zero.

Feito isso, os atacantes articulam o propósito desejado para a exploração das vulnerabilidades e os meios para que isso aconteça. Técnicas de engenharia social, disseminação de malware e outras formas de ameaças cibernéticas costumam ser usadas para o andamento do exploit.
Se a exploração for bem-sucedida, o autor da ação pode obter acessos não autorizados, visualizar e roubar dados privados, alterar funcionalidades do sistema, ou mesmo tirar proveito da brecha para executar outros crimes cibernéticos.
O que fazer ao sofrer um ataque de exploit?
Ao ser alvo de um ataque exploit, o primeiro passo consiste em detectar e analisar o ocorrido. Vale fazer uma investigação sobre comportamentos anormais do sistema, descobrir quem foram os alvos, como o ataque ocorreu, e entender qual tipo de ameaça se trata.
Após isso, o foco deve ser voltado para a etapa de contenção, erradicação e recuperação. Para isso, é preciso isolar os sistemas afetados para evitar propagações, bem como encerrar quaisquer tipos de acessos não autorizados ou conexões desconhecidas.
Também é importante identificar a vulnerabilidade explorada, e atualizar o sistema com patches de segurança que corrijam essa brecha. Caso esse processo não seja feito, outros atacantes poderão se aproveitar dessa falha.
Por fim, deve-se recuperar e normalizar a operação do sistema. Vale também comunicar partes envolvidas (como clientes) sobre o ocorrido e a necessidade de atualização do sistema, bem como monitorar a operação para evitar ataques reincidentes.
Como evitar ataques de exploit
A prevenção é a melhor estratégia para evitar de se tornar uma vítima de ataques exploit. As principais práticas para mitigar essa ameaça incluem:
- Faça atualizações regulares do sistema: manter o sistema sempre atualizado mitiga vulnerabilidades já conhecidas;
- Utilize recursos de segurança: softwares e outras técnicas de proteção ajudam a limitar a capacidade de ataques, bem como identificar atividades suspeitas;
- Faça varreduras com frequência: realizar escaneamentos de forma constante pode identificar vulnerabilidades antes que elas sejam exploradas;
- Monitore as ameaças da CVE: acompanhar a lista de Vulnerabilidades e Exposições Comuns ajuda a mapear novas ameaças descobertas;
- Elabore um plano de ação combativo: traçar uma estratégia para combater ataques exploits não vai necessariamente mitigar a ameaça, mas pode agilizar a identificação de brechas e normalização do sistema.
Qual é a diferença entre vulnerabilidade e exploit?
Vulnerabilidades são falhas ou pontos fracos de um sistema que colocam a estrutura ou operação em risco. Em outras palavras, vulnerabilidades são as brechas que permitem explorações por terceiros, mas não representam especificamente a técnica usada para o exploit.
Já o exploit abrange técnicas, programas ou códigos usados para a exploração de vulnerabilidades. Importante destacar que não existe exploit sem vulnerabilidade, embora seja muito difícil que um sistema seja 100% seguro sem apresentar nenhum ponto fraco a ser explorado.
Qual é a diferença entre exploit e malware?
Exploit reúne técnicas, programas e softwares para exploração de falhas de um sistema. No entanto, ataques exploit não são necessariamente maliciosos, e podem ser usados em testes para melhorias do sistema e correção de bugs.
Já malware consiste em qualquer arquivo ou software malicioso que tem a intenção clara de afetar negativamente um computador, rede ou servidor. Essa ameaça pode resultar em roubo de dados, acessos não autorizados ou modificações da operação, por exemplo.
Vale destacar que exploits e malwares podem ser usados em conjunto em um ataque cibernético danoso, mas um não é necessariamente ligado ao outro.
O que é exploit? Confira os tipos dessa ameaça contra softwares e hardwares