Paciente com doença neurológica volta a ‘falar’ após implante de chip cerebral

Um paciente com esclerose lateral amiotrófica (ELA), que havia perdido a capacidade de falar, conseguiu se comunicar novamente após receber um implante de chip cerebral que traduz a atividade neural em palavras faladas. A tecnologia foi detalhada em um estudo publicado na Nature, no mês passado.

Desenvolvida pela Universidade da Califórnia em Davis (UC Davis), nos Estados Unidos, a

“Os resultados desta pesquisa fornecem esperança para as pessoas que querem conversar, mas não podem. Mostramos como um homem paralisado tinha o poder de falar com uma versão sintetizada de sua voz. Esse tipo de tecnologia pode ser transformador para pessoas que vivem com paralisia”, comemorou o neurocirurgião David Brandman, responsável pelo implante, em comunicado.

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Computadores com algoritmos de IA identificam as palavras que o homem tenta falar instantaneamente. (Imagem: UC Davis/Divulgação)

Solução para quem perdeu fala, movimentos ou a visão

Os implantes cerebrais prometem se tornar uma opção cada vez mais viável para as pessoas que perderam a capacidade de falar, se mover e até enxergar. Estudos na área avançaram bastante nas duas últimas décadas e várias empresas já realizam experimentos semelhantes aos do paciente com ELA que voltou a falar ao implantar o chip no cérebro.

A Neuralink, de Elon Musk, é uma delas. Testes feitos pela startup permitiram que voluntários movessem braços robóticos e operassem computadores, celulares e outros dispositivos usando apenas o pensamento, trazendo uma nova esperança para pessoas com ELA ou paralisia causada por lesões na coluna vertebral.

Empresas como Blackrock, Precision e Synchron são outras desenvolvendo projetos de BCIs, algumas com tecnologias menos invasivas e mais seguras do que as apresentadas pela iniciativa do bilionário. Apesar do entusiasmo, ainda não há um prazo definido para que essas soluções sejam oferecidas comercialmente, pois é preciso solucionar problemas e ter aprovação de reguladores.

No caso da solução criada pela UC Davis, os cientistas afirmam ser necessário testar o dispositivo em mais pessoas, já que apenas um voluntário participou do experimento. Eles também pretendem oferecer a técnica para pacientes que perderam a fala por outros motivos e adaptar melhor o equipamento para o uso diário.

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