Resumo
- A Perplexity ofereceu US$ 34,5 bilhões para comprar o Chrome do Google.
- O Departamento de Justiça dos EUA apoiou a venda devido a investigações anticompetitivas contra o Google.
- A Perplexity teria apoio de fundos de investimento e interesse de empresas como Apollo Global Management, OpenAI e Yahoo.
Quando ninguém esperava, o laboratório de IA Perplexity surgiu com uma oferta bilionária para tirar o navegador Chrome das mãos do Google. Ela se comprometeu a pagar US$ 34,5 bilhões em dinheiro vivo, o que dá quase R$ 190 bilhões em conversão direta.
Nós não temos notícias de que o Google (e a holding Alphabet) estaria buscando compradores para o navegador. Ou seja, é uma oferta não solicitada, mas que se insere num contexto mais amplo de incerteza para o navegador – o mais usado do planeta.
Não custa lembrar: o Departamento de Justiça, equivalente ao nosso Ministério da Justiça, expressou, em março, apoio para que a venda fosse realizada. O Google vem enfrentando críticas e processos judiciais por causa de práticas anticompetitivas e posição dominante em diversos mercados na web, como de buscas e de navegadores. Ele foi condenado nos Estados Unidos por monopólio ilegal. Ainda não se sabe quais serão os desdobramentos desta condenação.
Nós chegamos a debater no Tecnocast 378 que o futuro do Chrome poderia ser sem o Google. A dúvida, no entanto, era sobre quem teria cacife para bancar uma aquisição deste tamanho. Parece que a resposta surgiu hoje: a Perplexity, responsável pela ferramenta Perplexity AI.
Vários interessados
De acordo com a imprensa norte-americana, a Perplexity teria o apoio de variados fundos de investimento, que teriam interesse em se envolver no negócio. Nenhum nome foi apresentado publicamente.
O próprio valor de mercado da Perplexity está na casa dos US$ 14 bilhões (R$ 75 bilhões). Ela já atraiu investimentos da Nvidia e do SoftBank.
Aliás, apesar da oferta bilionária de hoje, a Perplexity não estaria sozinha, já que o Apollo Global Management, a OpenAI e o Yahoo já demonstraram interesse no navegador. Hoje, ele compete com Microsoft Edge, Safari, Firefox e Opera, entre outros.

Vai vender mesmo?
Nós não temos qualquer vislumbre de que o Google queira vender o Chrome. O mais provável é que ele acione os advogados e evite essa decisão a todo custo. Hoje, o Chrome tem relevância tanto no desktop quanto no mobile. Além de controlar o software que milhões de consumidores utilizam para navegar na web, o Google também deve se valer deste ativo para promover novas ferramentas de inteligência artificial, apontada como a próxima grande tendência do setor.
Não por acaso, o Google está testando a adição de um agente de IA capaz de controlar o Chrome, navegar nas páginas e realizar ações determinadas pelo usuário.
A coisa mudaria de figura se um dos “remédios” do caso de monopólio fosse a obrigação de vender o Chrome.
As ações da Alphabet (GOOG na Nasdaq) sobem 1,55% no momento da publicação deste texto. O Google não se pronunciou sobre o assunto.