Tarifa do Brasil contra EUA será “devastadora” para setor de TIC, alerta empresário

Resumo
  • O presidente da Elea Digital alerta sobre o impacto das tarifas nas relações entre Brasil e EUA, principalmente para o setor de data centers.
  • Produtos como CPUs e GPUs, essenciais para a inteligência artificial, são majoritariamente importados dos Estados Unidos.
  • Aumento de taxas pode afetar a competitividade do Brasil no mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

O presidente da empresa de data centers Elea Digital observa com cautela o vaivém de tarifas na relação entre Estados Unidos e Brasil. Na situação atual, os americanos preveem a cobrança de 50% sobre produtos enviados para lá. Já o governo brasileiro pode acionar a Lei de Reciprocidade e também aplicar taxas aos produtos americanos que entram no país. Isso teria um efeito “devastador” para o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), de acordo com o empresário.

Alessandro Lombardi nos explicou que os data centers dependem fortemente de equipamentos fabricados nos Estados Unidos, como as CPUs e GPUs, tão importantes no cenário que se desenha de inteligência artificial em tudo.

Cerca de 92% dos equipamentos adquiridos para a expansão de centros de processamento de dados no Brasil são provenientes dos Estados Unidos. Ainda segundo Lombardi, hoje, já os taxamos com uma alíquota superior a 50%. Ampliar este percentual pode tornar impraticável a compra de mais produtos de TIC.

O empresário avalia que é preciso reduzir a carga tributária para que o país participe da revolução tecnológica que acontece no mundo. Não o contrário. Ele conversou com o Tecnoblog durante a CPDP LatAm 2025, congresso sobre governança de dados, privacidade e tecnologia que ocorre até sexta-feira na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

Eu perguntei a Lombardi se outros fornecedores poderiam tomar o lugar dos Estados Unidos na entrega de placas, circuitos e demais produtos tecnológicos utilizados na construção de data centers. Sim, é tecnicamente possível, segundo o empresário, mas essa transição levaria pelo menos seis anos, na avaliação dele. Tempo demais para uma transformação que se acelerou nos últimos dois.

Tarifa do Brasil contra EUA será “devastadora” para setor de TIC, alerta empresário

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